Os fenómenos religiosos agrupam-se em duas categorias fundamentais: as crenças e os ritos. As primeiras são estados de opinião e consistem em representações, os segundos são modos de acção determinados. Entre estas classes de factos existe toda a diferença que separa o pensamento do movimento.
Os ritos só podem definir-se e distinguir-se das outras práticas humanas, nomeadamente das práticas morais pela natureza pela natureza especial do seu objecto. Com efeitos uma regra moral prescreve-nos, tal como um rito, maneira de agir, mas que se dirigem a objectos de um género diferente. É portanto o objecto do rito que é preciso caracterizar. Ora, é través da crença que a natureza especial deste se exprime. Só podemos definir o rito após ter definido a crença.
Todas as crenças religiosas conhecidas, quer simples quer complexas, apresentam um mesmo carácter comum: supõem uma classificação das coisas reais ou ideias, que os Homens fazem representações, em duas classes ou géneros apostos, designados geralmente por dois termos distintos que se traduzem bem pelas palavras « profano » e « sagrado ». A divisão do mundo em dois domínios compreendendo, um tudo o que é sagrado, outro que é profano, tal é a característica distintiva do pensamento religioso.
A tradicional oposição entre o bem e o mal nada é ao lado desta: porque o bem e o mal são duas espécies contrárias de um mesmo género, a saber, moral, com a saúde e a doença são apenas dois aspectos diferentes de uma mesma ordem de facto, a vida, enquanto o sagrado e o profano foram sempre, e em toda a parte concebidos pelo espírito humano como géneros separados, como dois mundos entre os quais nada há de comum.
Os ritos só podem definir-se e distinguir-se das outras práticas humanas, nomeadamente das práticas morais pela natureza pela natureza especial do seu objecto. Com efeitos uma regra moral prescreve-nos, tal como um rito, maneira de agir, mas que se dirigem a objectos de um género diferente. É portanto o objecto do rito que é preciso caracterizar. Ora, é través da crença que a natureza especial deste se exprime. Só podemos definir o rito após ter definido a crença.
Todas as crenças religiosas conhecidas, quer simples quer complexas, apresentam um mesmo carácter comum: supõem uma classificação das coisas reais ou ideias, que os Homens fazem representações, em duas classes ou géneros apostos, designados geralmente por dois termos distintos que se traduzem bem pelas palavras « profano » e « sagrado ». A divisão do mundo em dois domínios compreendendo, um tudo o que é sagrado, outro que é profano, tal é a característica distintiva do pensamento religioso.
A tradicional oposição entre o bem e o mal nada é ao lado desta: porque o bem e o mal são duas espécies contrárias de um mesmo género, a saber, moral, com a saúde e a doença são apenas dois aspectos diferentes de uma mesma ordem de facto, a vida, enquanto o sagrado e o profano foram sempre, e em toda a parte concebidos pelo espírito humano como géneros separados, como dois mundos entre os quais nada há de comum.
Émili Durkheim: Les formes élémentaires de la religieuse, Paris, P.U.F, Páginas: 50-53.
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